A política monetária do Brasil

cousa bem diferente. A esse respeito, repetiremos com Bendixen:

"A essência de um fator econômico é sua função. Por isso, a ação funcional deve ser decisiva, na formação dos conceitos da economia política. Assim deve ser no caso da moeda, cuja genealogia e história, técnica de produção e jurisprudência muito interessam ao economista, mas unicamente como meio de esclarecer certos pontos obscuros da teoria monetária; nunca, porém, como critério da essência da moeda".

(Friedrich Bendixen - Geld und Kapital — Jena, 1922, pág. 13.)

Nosso intento é insistir em que, dificilmente, se chegaria a penetrar na essência do dinheiro, se o isolássemos do meio sociocultural, atribuindo-lhe uma natureza física, insensível à evolução social, aos sistemas econômicos e à vida política de cada povo.

"O problema monetário que é o próprio problema dos destinos nacionais", como dizia Augusto Ramos — eminente engenheiro construtor do caminho aéreo do Pão de Açúcar, doublé de economista — insere-se no conjunto socioeconômico, porque:

"As transformações do sistema monetário não passam de um detalhe da problemática global de nosso período de transição. Somente poderemos ter a visão exata do problema monetário, se o observarmos dentro desse quadro. Com isso, daremos à teoria monetária uma feição histórico-social. Sem dúvida, perderá ela sua certeza cartesiana; ganhará, em compensação, em amplitude e profundidade".

(Josef Dobretsberger — Das Geld im Wandel der Wirtschaft — Berna, 1946, pág. 6.)

Alexander Del Mar, o erudito especialista da história e da função monetária — precursor da teoria nominalista da moeda — advertia os estudiosos para a

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