Descobrir a identidade dessa força é tarefa do intérprete da história; meditar sobre os aperfeiçoamentos a serem introduzidos na instituição monetária para que ela preencha suas funções em uníssono com o ambiente mutável da economia — do qual ela decorre — é a missão do teorista da moeda.
O quartzo é resultado de milhões de anos de atividade cósmica. A moeda é produto em formação contínua até que desapareçam as sociedades humanas.
O boi na Grécia; o fumo na Virgínia; o ouro em pó nas Minas Gerais do século passado (Saint-Hilaire — Viagens às Províncias de Rio de Janeiro e Minas Gerais): o bimetalismo, o padrão-ouro, tudo isso serviu para os diferentes grupos humanos intensificarem suas trocas e, com isso, responderem ao apelo íntimo da cultura, que é a força constante que o filósofo da história vislumbra, sob as aparências mais paradoxais do comportamento do homem através dos séculos.
Percebendo a sensibilidade da moeda às mutações do ambiente sociopolítico, o eminente professor da Universidade de Friburgo frisou a influência da ordem jurídica na instituição monetária:
"Mesmo no caso do autometalismo, tão logo seja escolhido outro metal como padrão, o conceito de unidade de valor torna-se independente do primeiro metal, isto é, tecnicamente independente dele. E isso porque a unidade de valor é sempre um conceito histórico.
A circunstância de existirem débitos explica porque nem sempre é possível definir tecnicamente a unidade de valor, ao passo que historicamente, o é".
(Georg Friedrich Knapp - Staatliche Theorie des Geldes — 4ª ed. — Munique, 1923, págs. 8 e 9.)
Todavia, não pretendemos afirmar que a história dos sistemas monetários se confunda com a teoria monetária,