PREFÁCIO DA EDIÇÃO BRASILEIRA
CALÓGERAS
O Homem e a Obra
Dizia Pascal ser indispensável conhecer o autor para que se lhe possa devidamente apreciar a obra. A observação do Solitário de Port-Royal — matemático, físico, polemista e místico — aplica-se extraordinariamente bem a João Pandiá Calógeras.
Como Vermeer Van Delft, preocupado com todos os detalhes de um interior flamengo do século dezessete, seu ilustre e devotado biógrafo, Antonio Gontijo de Carvalho, dele nos deus esplêndido e fiel retrato, enquanto Martim Francisco Ribeiro de Andrada contentava-se com este vigoroso esboço: "Ministro para qualquer pasta em qualquer país do mundo... o especialista em enciclopédia".
Engenheiro de minas, parlamentar, ministro da Fazenda, da Guerra e da Agricultura, embaixador em missões extraordinárias, historiador, economista e sociólogo, Calógeras reunia ao espírito especulativo de logos o instinto faustiano da ação.
Todas as atividades do Pensador e do Homem Público — mais vividas do que exercidas — orientam, até hoje, o estudo dos magnos problemas de nossa geração.
Assim, em seus pontos básicos, a conferência sobre os aspectos da economia nacional continua a ter a mesma oportunidade que há vinte anos, quando pronunciada em São Paulo.