estabelecer legislativamente a circulação metálica antes que ela fosse instituída pelos fatos e pela ação espontânea dos fatores naturais.
A crítica era ainda injusta ao atribuir a alta do câmbio a intervenções ilícitas do Tesouro, porque os mesmos critérios estatísticos, aplicados ao exercício de 1888, proporcionam os seguintes números:
Importações - 260 998:000$000
Outras despesas - 60 000:000$000
320 998:000$000
Exportações - 212 592:000$000
Outras receitas (inclusive o empréstimo de £ 6,297,300, de 1888) - 90 000:000$000
302 592:000$000
Daí um saldo contra o Brasil, de 18 406:000$000 amplamente compensado pelo saldo anterior e a perspectiva do exercício seguinte, que se augurava bom, tendo a importação de capitais se iniciado no fim do ano.
A iniciativa individual provocou a alta que ao governo cumpria apenas acompanhar e não instituir, tendo ele ainda a seu favor a possibilidade de não intervir no mercado de metais, dados os saldos à sua disposição no estrangeiro.
Mas a frequência dos empréstimos era objeto de justa crítica, silenciada embora a bela operação que convertera títulos de 5% a 4%, habilmente realizada em 1889 pelo Visconde de Ouro Preto, no montante de £ 19,837,000. A influência de todo esse manejo de fundos públicos e a importação de numerário para as múltiplas empresas fundadas a partir de 1888 constituíram, pois, fator apreciável da alta de todo o ano de 1889, acentuada a partir de seu segundo semestre.
Cessada a interferência, o câmbio deveria baixar para retomar o seu nível normal, certamente inferior à paridade legal.