A política monetária do Brasil

Era evidente que o país se achava no início de um período de hipertrofia comercial e desenvolvimento industrial, advento de crise ou começo de fase de expansão, segundo o grau de sabedoria que existisse na direção dos negócios e a confiança geral no Brasil e seus governantes. O elemento fiduciário no interior e no exterior teria, pois, influência capital para o desenvolvimento do país.

Estalou a revolução inesperadamente para a maioria das pessoas. É mais do que compreensível, portanto, que esse fator fiduciário, auxiliar natural e espontâneo enquanto perdurou a situação política anterior à república, agisse contra esta. Por medida de prudência, para salvaguardar seus próprios interesses, retraíram-se as somas, antes à disposição das atividades brasileiras, verificando-se duas consequências: o êxodo de capitais importantes já em circulação, e a paralisação completa ou encarecimento desnecessário do crédito, num período de desconfiança, o que iria tornar inviáveis diversas tentativas industriais recém-inauguradas.

Essa atmosfera de expectativa hostil só poderia acentuar-se com o tempo, como resultado das medidas financeiras tomadas à época.

Não era justo, pois, como pretendia a exposição, atribuir exclusivamente ao desprezo de uma situação anterior supostamente criada para fins políticos pelo regime deposto, e ao restabelecimento do nível econômico normal, a queda progressiva do câmbio e a impossibilidade de funcionamento do mecanismo projetado para a emissão.

Qualquer que fosse o valor desse mecanismo, seria absurdo julgá-lo ,pelos resultados criados por súbita retração de confiança, num meio inteiramente dissemelhante daquele para o qual fora organizado.

A crítica ao sistema posto em prática pelo último gabinete da monarquia, pouco científica sob esse aspecto,

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