PREFÁCIO DO AUTOR
Em todos os países cuja riqueza deriva diretamente de fontes mercantis, cumpre que haja a maior cautela em preservar-se o comércio de qualquer espécie de agressões ou violências provocadas por despeito ou inveja de nações menos bem sucedidas. Foi esse o motivo que levou a Grã-Bretanha a defender-se de vários ataques contra o seu tráfico, no século passado, dos quais o mais audacioso deve ainda estar na lembrança de todos os leitores: o efetuado pelos espanhóis, no Estreito de Nootka, e pelo qual foram dadas finalmente, as mais amplas satisfações(2) Nota do Leitor.
Semelhante hostilidade ao nosso comércio observa-se atualmente e, por infelicidade, em grau crescente, na colônia portuguesa do Brasil, sem dúvida devido à situação de extrema instabilidade dos tempos atuais e à guerra absorvente em que estamos empenhados.
Este livro apresenta ao público provas imediatas deste fato, que afeta sobremodo todo e qualquer mercado inglês. Há exemplos de outros navios tratados de maneira semelhante, sob vários pretextos, podendo-se mais ou menos esperar a mesma severidade para com qualquer barco inglês que arribar em porto brasileiro, em busca de refresco. E não estarão livres disso até mesmo os nossos navios que fazem a carreira das Índias. No entanto, observadas as regras e cautelas expressas nas páginas subsequentes, e analisado o caso do autor (resumidamente