APÊNDICE
Os navios britânicos com destino às Índias Ocidentais, China, Nova Gales do Sul ou às zonas meridionais de pesca, devido à extrema duração de suas viagens, veem-se geralmente diante da necessidade de tocar em algum porto intermediário para se reabastecerem de água e de provisões frescas, bem como reparar pequenas avarias que possam ter ocorrido durante a primeira parte das viagens.
A costa do Brasil e a do Cabo da Boa Esperança são os lugares mais convenientes para esse fim, conforme se verificou, sendo, em tempo de guerra, geralmente preferido o primeiro. Os portos habitualmente utilizados são os de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, particularmente este último, onde as provisões são melhores, sem dúvida, e vendidas a preços mais razoáveis.
Dado o grande afluxo de navios ao Rio, os portugueses acostumaram-se com os estrangeiros, tendo-se portado, pelo menos até agora, com a maior civilidade. Nos últimos tempos, entretanto, verificou-se apreciável mudança: os navios são detidos ao mais insignificante pretexto, e as pessoas a ele pertencentes são insultadas e oprimidas. Todas as modalidades de comércio veem-se agora estritamente proibidas em quaisquer portos. Na verdade, dificilmente entra um navio sem que realize algumas vendas de contrabando, pois as próprias pessoas nomeadas para impedi-lo são contrabandistas, conforme observei na Introdução. Todas as compras têm de ser feitas a dinheiro, e enquanto não forem pagas, não pode o navio sair do porto. Desse modo, os navios que estiverem desprevenidos