Narrativas de uma viagem ao Brasil

o rancor prematuramente manifestado contra a potência através de cujo auxílio os portugueses tornaram-se capazes de ajudarem a si próprios. Portugal deve agradecer unicamente à Inglaterra o fato de existir como Estado independente, e o de seu território e suas possessões coloniais não terem sido há muito tempo divididas entre as nações mais poderosas da Europa. O extremo rigor com respeito aos estrangeiros aliena a afeição dos colonos, muitos dos quais começam a ver que seus interesses não são tomados em consideração, com tal severidade; mas, ao contrário, o fruto de seus esforços e as riquezas de seu país são devorados para sustentar e engrandecer um governo ingrato, que não revela a menor solicitude e o mínimo cuidado pelo seu bem-estar. Talvez, transcorrido apenas curto lapso de tempo, esses sentimentos alcancem uma força tão universal que se romperão os laços que unem os colonos a Portugal, dando origem a outra mudança política nessa tão vasta parcela do hemisfério ocidental.

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