Essas taxas são enormes, mas têm de ser pagas. Registrei o caso de um certo capitão Isbister, o qual, após muitos esforços, conseguiu a redução de uma pataca sobre as três pagas diariamente a cada guarda. Mas o governador da Bahia declarou, posteriormente, que não haveria segundo exemplo de tal abatimento, e a cobrança primitiva foi restaurada.

O pagamento desses e outros pesados impostos(*) Nota do Autor tem ocasionado frequentes e muito desagradáveis discussões entre os capitães de navios e as autoridades do lugar em que ancoram.

Infelizmente para o, nosso comércio, não são encontrados cônsules residentes ou até mesmo comerciantes ingleses, em toda a costa do Brasil, que decidam e mitiguem as coisas nessas ocasiões. Deste modo, o estrangeiro indefeso fica inteiramente à mercê da insolência das autoridades e das exigências peremptórias de um governo tirânico.

Por volta do ano de 1653, foi assinado um tratado entre Olivério Cromwell e D. João IV (outrora Duque de Bragança), que acabara de subir ao trono de Portugal, estipulando que deveriam ajudar-se mutuamente contra os holandeses, e tentar particularmente sua expulsão das colônias brasileiras. Entre outras cláusulas foi também acordado que seria permitido à nação inglesa enviar quatro cônsules ou residentes ao Brasil para proteção e apoio dos navios ingleses que tocassem nessa colônia(**) Nota do Autor. No entanto, os poderes conferidos por essas cláusulas nunca foram aplicados: o privilégio, embora exista, está se tornando obsoleto pelo desuso.

O trabalho dos operários, a madeira e outros artigos para o reparo de navios são muito mais baratos na Bahia e em Pernambuco do que no Rio de Janeiro. Atualmente, porém, só a muito custo pode ser obtida permissão para efetuar tais reparos, e apenas em casos de evidente e absoluta necessidade. Para esse fim, deve sempre ser feito um requerimento ao intendente de Marinha do porto, o qual determina, por vezes, seja realizada uma inspeção (que difere da visita) e ordena a