Memórias da Rua do Ouvidor

Essa importância do bonde foi entrevista por um cronista francês daqueles tempos, Gustave Aimard : "Quando um belo dia as mulheres cansadas ou antes, enciumadas por verem seus maridos, seus pais e os amigos empavonando-se nos bondes, realizaram um golpe de Estado pacífico invadindo esses pesados veículos, e assaltaram-nos à barba dos homens".

Macedo conta a história de formosa judia que trocou um cacho de seus cabelos por um colar de pérolas — e num tempo em que as não havia cultivadas e só as legítimas contavam. Esta já é a face israelita do problema e, um cronista do tempo, Ferreira da Rosa, mostra-nos o sentido em que, envolto com esse mistério de prostituição, atuava o cáften judeu: Daniel Feitel, Joseph Mintrer, Colvam Hubler, Adolfo Vesiman, Pedro Auster, os nomes semíticos chegando a compor uma ladainha inquietante, de desvalimento e lama. (Cfr. Ferreira da Rosa — O Lupanar — Rio, 1896 ).

As Memórias da Rua do Ouvidor não são apenas isso. Aliás elas continuariam tendo um valor formidável na hipótese de serem apenas isso. Mas o quadro se desdobra por inúmeras perspectivas. Como se verá com o suceder das páginas e das notas apostas ao texto.

JAMIL A I. MANSUR HADDAD

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