Viagens aos planaltos do Brasil - Tomo II: Minas e os mineiros

CAPÍTULO XXXII

A CAMINHO DE MARIANA

"Torrão que de seu ouro se nomeava,
Por criar do mais fino ao pé das Serras;
Mas que feito em fim baixo e mal prezado
O nome teve de 'Ouro Inficionado'."
(Ex. J. de Stª Rita Durão, Caramuru, 4,21)

A noite foi excepcionalmente fria; dormimos bem e no dia seguinte, uma inocente sexta-feira, já estávamos de pé a uma hora em que a escuridão úmida parecia estar
"Almost at ods with morning which is which.
quase lutando com o amanhecer, com o qual se confundia."

Em vez de nos dirigirmos a Inficionado(1) Nota do Tradutor pela estrada direta em direção a su-sudeste, devíamos percorrer um triângulo equilátero de doze milhas até Fonseca, onde se encontra matéria combustível, e em seguida procurar nosso lugar de pernoite um tanto mais adiante.

Retomamos a estrada do campo e, depois de uma caminhada de umas duas milhas, com algumas subidas e descidas um tanto penosas, alcançamos a pequena aldeia de Morro d'Água Quente. Quando atravessamos o córrego foi-nos mostrada uma ilha onde se achava enterrado um mineiro inglês. Tinha-se comprometido a tirar a água da mina d'Água Quente e instalou para este fim um belo material de bombas de 18 polegadas de diâmetro, feitas de chapas de ferro forjado inglês. Mas mesmo assim falhou e pagou a palavra empenhada como o último dos Romanos, desertando para o outro mundo. Mr. B. observou satiricamente: "Havia em Minas um único homem honesto de Cornwall e este se enforcou".

Mr. Gordon tinha um negócio a tratar com uma boa senhora brasileira, viúva de um irlandês, que estivera empregado em Morro Velho; com seus outros cinco herdeiros não foi tão fácil tratar. Enquanto isto apeamo-nos em um pequeno albergue, de propriedade do Sr. Leandro Francisco Arantes, moço ativo que tinha uma concessão para explorar a camada de carvão que viemos visitar. A província

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