navio movido por cavalos, agora tão usuais nos rios continentais da Europa e ainda usados nos Estados Unidos. A maquinaria poderia ser facilmente adaptada às jangadas e aos barcos. Uma plataforma de cerca de sete pés de comprimento e inclinada em ângulo de 20º a 31° fica em face da popa. O animal é ensinado a andar sobre ela. É composta de cerca de quarenta e duas tábuas, cada qual com quatro polegadas de largura. As fortes e rijas madeiras do país forneceriam o melhor material. Ligadas por juntas de ferro que funcionariam soltamente uma sobre outra e formando uma contínua dobradiça, a plataforma é ligada a uma engrenagem sem força própria no soalho da frente e faz girar a trave transversa que faz o papel de remos. Esta porção é tornada firme para fortes elevações e o diâmetro da roda motora é de cerca de 3:1 do eixo. Com isso seria fácil obter trinta milhas por dia com um décimo do esforço atual.
Em Manga despedi, com as mais calorosas recomendações aos futuros viajantes, meu bom velho piloto, Chico Dinis, e seu valente companheiro, João Pereira. As despesas foram de 190$000, mas no rio das Velhas os vencimentos estão agora em termos caprichosos. No São Francisco há uma demanda e oferta regular. Joaquim queria voluntariamente acompanhar-me, mas era pouco atento e de físico deficiente. O "Menino" concordou em continuar comigo sob a condição de lhe ser fornecida uma passagem de volta de Juazeiro. Num grande vapor os comandantes não se desfazem de sua guarnição. O costume é de contratar por travessia ou excursão. Eram eles, como se verá, onze. Contratei os primos Manuel Casimiro de Oliveira e Justino Francisco da Conceição. Eram ambos escuros e o último, de seis pés e três polegadas de altura, trouxe-me à lembrança o Long Guled da Somália. Tinham boa prática das águas, eram educados e atenciosos, mas faltava-lhes o ânimo e a segurança da tripulação escocesa.
Em regra os mais incompetentes são os que se oferecem aos estrangeiros e eles devem estar em grande dificuldade. Todos os homens são aqui mais ou menos anfíbios. A canoa, como costumam dizer, é o cavalo deles. O verdadeiro barqueiro é um tipo especial como o inglês dos velhos tempos na Inglaterra. E também um homem livre. Poucos comerciantes gostam de empregar escravos. Mais destro que um marinheiro entre nós, como o africano, ele está perfeitamente a par de todas as pequenas indústrias necessárias para seu conforto: pode construir sua casa ou seu bote, do tronco de uma árvore, fazer suas telhas e suas roupas - antes que entre civilizados exigem divisão do trabalho. Assim é ele mais inferior aos de sua classe em terras mais adiantadas, onde a sociedade está dividida em