pôr em prática a educação técnica, obrigando os índios a construir trens ou a arrostar fardos de mercadorias nas indústrias.
Teria um lavrador tempo para recultivar o seu trigo silvestre? O lavrador sacha o trigo, esterca talvez a terra com ele e semeia os grãos que certamente colheu em outras plantações. Sim, faça-se o necessário, porque o é por leis eternas, faça-se isso o mais suavemente possível, que por certo não é virtude nem mérito, e sim simples dever e obrigação. É necessário, entretanto, que o sacrifício não se faça principalmente em proveito próprio, que não se pratique o bem juntamente com o mal, que não se procure enganar a si e aos outros, cedendo à vaidade de pensar: "Como é belo, como é nobre o que fazemos!"
Periculum in mora! O que os nossos museus conservam da imagem de antigos tempos é no fundo uma miserável coleção de coisas em série. Dentro de um armário de vidro está a vida de um povo! Mas, na falta de coisa melhor, esses trapos coloridos e esses vasos maravilhosos servirão para testemunhar às gerações vindouras o desenvolvimento da humanidade, e, por isso, assumem progressivamente a importância de documentos, embora pareçam bagatelas. Quanto mais diminuto for o número dessas coisas que a nossa geração transmitirá aos pósteros, tanto maior será o nosso dever de colecionar essas verdadeiras relíquias.
Lance-se um olhar para os tempos que ainda hão de vir. Haverá então um museu etnológico que poderá reunir mais do que antiguidades raras ou objetos de arte nacional? Mas onde, nesse vasto mundo, ou melhor, nesse mundo estreito, onde, repetimos, poderá esse museu entrar em relações com os representantes vivos de ideias ou costumes primitivos?
Virá o dia em que um machado de pedra terá o mesmo valor em ouro quanto um desenho de Leonardo. Certamente não se compara o instrumento rudimentar dos bárbaros com a criação de um gênio, mas ambos serão um dia igualmente raros, e, então, é bem compreensível que a nossa ciência se ressinta muito mais da falta de objetos autênticos, colecionados para o estudo de povos e períodos históricos, do que da perda desta ou daquela obra de arte ou da impossibilidade de avaliar as produções de um indivíduo altamente dotado que viveu em época bastante conhecida.
Considere-se esse estado de coisas, antes de tudo, também, nos casos em que, diante de diversos problemas de investigação geográfica, seja preciso decidir quais os meios que se podem empregar em primeiro lugar para resolvê-los, renunciando muitas vezes ao necessário, em