natural da cidade de Alcântara, e Sebastião Rodriguez, natural da Galícia. Agradeceu-lhes o capitão, prometendo-lhes o galardão e pagamento de tão grande obra. E logo mandou fazer foles de borzeguins e todas as outras ferramentas e que os outros companheiros de três em três dias dessem uma boa fornada de carvão. Puseram-se eles logo à obra, tomando cada qual a sua ferramenta, e iam ao monte cortar lenha, trazendo-a aos ombros do monte para a aldeia, numa distância de meia légua e faziam os fojos, com muito trabalho. Como estavam fracos e não eram destros naquele oficio, não podiam suportar a carga. Os que não tinham forças para cortar madeira, tocavam os foles, e outros carregavam água, e o capitão trabalhava em tudo, de modo que todos tínhamos a quem atender. Trabalhou-se com tanto afã na fábrica desta obra, nessa aldeia, que em vinte dias, com o auxílio de Deus, se fizeram dois mil cravos muito bons e outras coisas, deixando o capitão a construção do bergantim para onde encontrasse melhor oportunidade e melhor aparelhamento.
Demoramo-nos nesta aldeia mais do que deveríamos, comendo o que tínhamos, donde resultou que daí em diante passamos grandes necessidades, e isto para ver se por alguma via ou de qualquer maneira podíamos ter notícia do real. Como tal não sucedesse, resolveu o capitão dar mil castelhanos(4)Nota do Tradutor a seis companheiros, se se quisessem reunir e dar notícias ao governador Gonçalo Pizarro. Além disso lhes daria dois negros(5)Nota do Tradutor que os