ajudassem a remar e alguns índios, para que lhe levassem cartas e da sua parte dessem notícia do que se passava. Mas só encontrou três pessoas, porque todos temiam a morte que lhes parecia certa, pelo que haviam de demorar até chegar aonde tinham deixado o governador, pois ele certamente já teria regressado, porque tínhamos andado 150 léguas em nove dias, a partir do ponto em que havíamos deixado o governador.
Terminada a obra, e visto que a comida se esgotava, tendo morrido sete companheiros da fome passada, partimos no dia de Nossa Senhora da Candelária(6)Nota do Tradutor. Carregamos a comida que pudemos, porque já não era possível demorar mais naquele povoado: de um lado porque parecia que estávamos molestando aos naturais e queríamos deixá-los satisfeitos; do outro para que não perdêssemos mais e gastássemos a comida sem proveito, pois não sabíamos se não íamos ter necessidade dela.
Começamos assim a caminhar por esta província, e não tínhamos andado obra de vinte léguas quando se juntou com o nosso rio, pela mão direita, um outro, não muito caudaloso, no qual assentava um principal senhor, chamado Irrimorrany ou Irimara. Por ser ele um índio e senhor de muita razão e ter vindo ver o capitão, quis este ir à sua terra. Mas também, porque o rio vinha muito forte e muito cheio, aqui estivemos a ponto de perder-nos.(7)Nota do Tradutor No encontro deste rio com o que percorríamos, pelejavam as águas e traziam muita madeira,