eram nessa viagem todo o nosso bem e amparo, e os índios outra coisa não desejavam, senão tirá-los.
Partimos da sede do governo de Apária com o novo bergantim de 19 joas(10) Nota do Tradutor (o suficiente para navegar no mar), na véspera da festa do evangelista S. Marcos, a 24 de abril do referido ano. Seguimos pelas povoações daquele senhorio de Apária, durante mais de 80 léguas, sem encontrar índios hostis, antes o próprio Cacique veio trazer comida e falar com o capitão e conosco. Passamos o dia de S. Marcos em um povoado seu, onde o cacique veio trazer-nos lauta refeição e o capitão o recebeu muito bem. Era intento e desejo do capitão que nenhum mal se fizesse aos índios, para que, se fosse possível, ficassem àquela terra e gente bárbara respeitosos mas sem nenhum descontentamento. Seria servido Deus Nosso Senhor e o Rei nosso senhor para que mais por diante, quando prouvesse a Sua Majestade, com mais facilidade se estendesse a nossa sagrada república, a fé cristã e a bandeira de Castela, e a terra se encontrasse mais doméstica para pacificá-la e debaixo da obediência do seu real serviço, como conviesse, porque ao lado de ser isso obra de prudência e caridade, era preciso observar o bom tratamento para com os índios, a fim de podermos passar adiante, e que não se apelasse para o remédio das armas senão quando de todo obrigados pela própria defesa. Assim sendo, embora encontrássemos as aldeias desertas, vendo o bom tratamento que se lhes fazia, em toda essa província nos proveram de mantimentos. Ao cabo de poucos dias cessaram os índios e