As províncias do Norte viam seu interesse econômico na liberdade de navegação do Amazonas. Repeli-la o governo imperial seria provocar simpatias pelos estrangeiros, sobretudo os americanos, nessas partes extremas do território nacional, em detrimento da coesão política do país.
Conviria utilizar o desejo dos estrangeiros pela livre navegação do rio-mar, para persuadi-los a resolver suas questões de limites com o Império.
Em resumo, a confiança dos estadistas brasileiros se manifestava nesta frase: "Uma lei que estabeleça para a sua navegação (do Amazonas) condições tais que possam mover os ribeirinhos a consentirem na fixação dos limites e os não ribeirinhos a nos oferecerem alguma compensação a fim de gozarem dela como se nacionais fossem, sem prejuízo da cabotagem, será suficiente para resolver esta questão de tanto alcance para nós, e de tanto interesse para outros países".
Quanto à esperança na pujança da concorrência nacional às iniciativas estrangeiras, fundava-se na consideração das condições da navegação do rio.
Os estrangeiros teriam a desvantagem de serem obrigados a empregar barcos a vapor aptos para a navegação transatlântica, menos adequados, pois, à navegação fluvial.
A extensão da viagem oceânica e fluvial obrigaria os navios dos não ribeirinhos a proverem-se bastantemente de combustível, em detrimento do espaço para as mercadorias.
Nem todas as razões em abono da abertura do rio aos Estados Unidos nasciam de considerações otimistas.
Reconhecia-se o avanço progressivo do princípio da liberdade de navegação fluvial na Europa e na América.
Hesitava-se em continuar na política de clausura perante a atitude dos Estados Unidos e das repúblicas ribeirinhas.