A liberdade de navegação do Amazonas

No entanto, ao embate dos princípios opostos, as negociações do Rio conduziram a questão da navegação do Amazonas do plano ideal para o terreno concreto.

As reivindicações americanas, em última análise, não tinham sólidos antecedentes de ordem prática, nem vastas perspectivas de progresso econômico.

Com efeito, de um lado, a bacia do Amazonas era quase inexplorada, e as relações existentes de exploradores ainda carreavam muitos juízos utópicos ou falsos; de outro lado, a navegação do rio era bastante desconhecida, a região inculta e inabitada.

A sua base era um interesse vago, resultado do dinamismo nacional dessa época da história dos Estados Unidos.

Mas não deixavam elas de denotar o começo de uma era de navegação do Amazonas, em que as realidades geográficas, econômicas e políticas levariam os governos a encarar o seu problema de princípio como uma questão de direitos mas, aos poucos, (predominasse embora esse aspecto jurídico) como questão de ordem econômica e prática, que teria toda sua acuidade e significação, no período republicano dessa navegação.

Ora, as negociações do Rio revelavam essa evolução do problema.

A atitude política do Brasil, e o programa de normas e medidas de sua política fluvial, no Amazonas, se conformavam com o caráter prático que a questão entrava a adquirir.

A política brasileira era, sobretudo, preventiva, enquanto as necessidades reais, econômicas e políticas da região amazônica, se não pautavam ao risco de todas as iniciativas nacionais e internacionais.

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