À margem da História do Brasil

português de Piratininga a Guairá; a represália de Thome de Souza em 1553, mandando fechar e vigiar aquele porto de desembarque espanhol; as instruções das autoridades espanholas no Paraguai ou dos portugueses em São Vicente e Piratininga, insistindo em dever ser seguido para os colonos espanhóis o caminho fluvial do Prata, como trajetória, visando o Paraguai; e, finalmente, indicações vagas sobre a atitude de benevolência ou aplauso tácito com que os colonos espanhóis do Paraguai viam e acompanhavam o ataque, saqueio e expulsão dos paulistas às missões jesuítas. Mas tudo isso, confusamente, medrosamente; duvidosamente. Coube a Taunay, apoiado em documentos espanhóis, recentemente tornados públicos em sua obra, reconstituir as relações de outrora, fixando a grande influência benéfica, exercida, direta ou indiretamente, em São Paulo, em consequência da dominação espanhola em Portugal.

Certo, desde antes de 1580, existiam relações entre espanhóis e portugueses, em alguns pontos, facilitadas, aliás, pelo fato de serem portugueses alguns dos missionários do Rio Paraná, apagadas como estavam então entre os jesuítas as noções de pátria e nacionalidade. Por outro lado, desde 1552-53 fizera Ulric Schmidel a travessia terrestre do Paraguai a São Vicente, o que sobremodo facilitou as incursões dos paulistas em sentido inverso.