A história regista, de fato, a presença de escravistas de São Vicente, desde 1554, na região de Guairá. Demais, a atenção exercida sobre os espanhóis por São Vicente e Santos não podia deixar de ser intensa, como portos de exportação de açúcar, fechados que lhes estavam a Bahia e Pernambuco, naquela época, e escassíssima que era a produção em suas colônias americanas, onde a febre do ouro, facilmente achado, não permitia o estabelecimento da agricultura como nas terras da colônia portuguesa trabalhada pelos ilhéus aqui emigrados.
Faltam-nos dados sobre esse ponto interessante, mas compreende-se que assim devia ter sido. E, como remate, acrescentamos, o frio intenso da embocadura do Prata afugentava, durante uma parte longa do ano, os colonos desprotegidos e sem hábitos de supportá-lo, fomentando desse modo a teima dos espanhóis em procurarem alcançar por terra o Paraguai, varando os sertões paulistas. Não faltavam, pois, motivos de aproximação; antes sobejavam: havia, porém, a separação oficial, cujo respeito mantido era uma garantia da parte dos portugueses, abertos que ficariam então os direitos ao desrespeito em outras colônias da Ásia terrivelmente cobiçadas. Portugal respeitava na América, para ser respeitado no Oriente.