À margem da História do Brasil

por ocasião de sua viagem para Ciudad-Real e Vila-Real: "notabilíssima a efusão de sangue castelhano em São Paulo" (tom. I, pag. 125) documentada pelos próprios nomes de bandeirantes paulistas de origem espanhola; falta de hostilidade por parte dos colonos espanhóis do Paraguai aos ataques dos paulistas às missões jesuítas (João Ribeiro, Rocha Pombo), incentivando e aplaudindo indiretamente aquela penetração; notável proteção de Céspedes, Capitão Geral do Paraguai, aos paulistas, impedindo não só aos índios mas também aos jesuítas o uso de armas de fogo (tomo II, pag. 24, 50); "não podemos crer não tenha havido entre Luís de Céspedes e os apresadores de índios formal acordo"; "já estivemos inclinados a pensar de outro modo, mas hoje, conhecedores de documentação nova e abundante, não nos parece possível deixar de ter a Céspedes como cúpido e destituído de escrúpulos" (tomo II, pag. 169).

Essa questão das armas de fogo foi evidentemente categórica. Na América, foi sempre esse o instrumento — como primeiro observou Montesquieu — que permitiu a vitória de dezenas de ibéricos sobre milhares de indígenas, mesmo os melhores, organizados como estavam os do México e do Peru. O largo relato de Taunay vem mostrar justamente que as missões jesuítas foram sempre assaltadas, quando desprovidas daquele