À margem da História do Brasil

chácara do Paraiso, e estava, no entanto, de todo alerta. Chamado não titubeia. Faz o seu testamento, apronta as malas e traz consigo um programa completo de governo. Como ministro, elle fora, antes de tudo, um chefe de polícia. Como regente, ele mostrará porém a sua envergadura de estadista. O momento era grave, sobremodo perigoso, possível que lhe parecia a desagregação e secessão das províncias mal coesas ainda sob a unidade do Império. Não esconde, porém, o seu temor: assinala-o, dominadoramente, em documento enérgico e severo. Não vacila: encara face a face a realidade agra e causticante e reage. A primeira lei por ele promulgada definia uma preocupação sintomática pela conservação da unidade: estabelecia condições para as ligações ferroviárias entre a corte, Minas e São Paulo. Logo depois, favorecia a navegação entre a Bahia e o Rio por navios da companhia organizada por John Sturz, e pensava na navegação a vapor do Amazonas e Rio Doce. Ao federalismo vitorioso pelo "Ato Adicional", opunha Feijó uma política centralizadora eminentemente inteligente. Grande era o seu ânimo em realizá-la, minguados, porém, os recursos oferecidos pelo ambiente de seu tempo. As estradas de ferro aguardariam, por duas décadas, Mauá e Ottoni. Os vapores se demandariam com o tempo, por seu turno, antes de navegarem, eficientemente.