DIOGO ANTONIO FEIJÓ
Um fantasma do Segundo Reinado
II
Todavia, apesar das tentativas opulentas de reformas e mau grado o programa vasto de governo nitidamente traçado, a obra política realizada por Feijó fora escassa, diminuta que foi no tempo a sua atuação como ministro e como regente. Avulta, apenas, a obra de consolidação da autoridade civil, o respeito à lei, a austeridade e a majestade severas com que dignificou os cargos ocupados.
Mas Feijó não podia ter dominado o caos, demasiadamente curto que foi o seu governo para uma anarquia amplamente generalizada. A sua ação foi principalmente a de um "excitador" de mentalidades, de um desses homens raros que governam e dirigem os vivos mesmo depois de mortos. Nesse sentido, mas só sob esse aspecto, ele foi de fato o herói providencial de que falou Euclydes. Padre, sem nada ter querido do clero, ele forjou, na humildade com que evitou as pompas de um bispado, as suas próprias armas de resistência. Homem de governo — o maior de seu tempo -- sem nada ter querido para si, ele dedicou-se,