À margem da História do Brasil

Apenas, como falava dentro de uma nacionalidade robusta, esqueceu de anotar que só possuem essa espécie de governo aqueles povos que atingiram a consciência de sua própria nacionalidade orgânica. Compreendendo isso — e sem fazer no entanto nenhuma referência ao pensamento de Comte — dizia Le Bon recentemente, ao evocar o caso enormíssimo e doloroso da defecção do Império russo depois da guerra: "Nos grandes acontecimentos que ameaçam a existência de um povo, a vontade dos mortos sustenta com energia a vontade dos vivos. Só resistem, nesses períodos, as nações que possuem mortos em número suficiente para defendê-las"

Le Bon reeditava, em súmula, ilustrando-a com um exemplo formidável, a frase lapidar que Lamartine proferira uma vez, ao pensar nas riquezas espirituais eminentes da história da França: C'est la cendre des morts qui créa la Patrie.

Dentro de um povo evoluído como o francês, A. Comte podia, de fato, estabelecer que "os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos". Esqueceu, porém, de dizer que os povos jovens são, ao contrário, preponderantemente governados pelos nascituros; pelas esperanças no futuro, em súmula, à míngua de tradições históricas robustas.

A figura de Feijó, no Brasil, é especialmente interessante pelo muito que nos faz ela compreender