À margem da História do Brasil

e Gilberto Amado. E, como se não bastasse o atestado público da confusão dos partidos, reformas liberais são levadas a efeito por conservadores, e reações conservadoras por liberais. A mentira das eleições, a mentira dos nomes, a reedição do reinado da mentira de Vieira...

O ministério Rio Branco esgotou quase o programma da reação liberal de 1869 exposto no manifesto dirigido por Nabuco de Araujo, disse-o Euclydes, repetindo Joaquim Nabuco. Em 84, em 88, em 89, repetir-se-ia o ilogismo político: os liberais são conservadores e vice-versa...

Todavia, o embate violento entre os partidos, bem refletindo as insuficiências orgânicas da nação, foi adiado. Protelou-o a Guerra do Paraguai, como observou ainda Euclydes, havendo ficado esse acontecimento externo inconfundivelmente gravado em nossa história como um divisor de águas especialíssimo, como opinara, antes, Joaquim Nabuco. Porque, de fato, a guerra separara a agitação monárquica, fermentada dentro dos partidos — de acanhada significação política aliás — da evolução democrática republicana firmemente esboçada desde 1870. Passa-se, em verdade, da figura isolada de Theophilo Ottoni, agitador destimorato de 1862, às reações de 1869 e 1870, em que os manifestos dos liberais e dos republicanos indicam, de fato, um começo de unidade de vistas, uma agremiação de ideias, um programa em