À margem da História do Brasil

suma. Havia uma novidade larga, estrondosa, percuciente que o país não vira desde a Regência: havia a representação do povo no seio do parlamento. E, apesar da vitória da guerra, alguns tribunos perderam o respeito exageradamente palaciano de outrora pelo monarca. Havia o verbo de Silveira Martins, "uma eloquência quase selvagem na sua extrema rudeza", que escandalizava e agitava uma câmara de oradores áulicos, enfáticos, sonoros, pomposos, mas vazios de energia e débeis de ação.

E, seja como for, a Guerra do Paraguai, serena e friamente analisada, mostrou, pelo próprio desencadear dos acontecimentos, a situação lamentável de fraqueza dos partidos políticos do Império. Sem significação justa internamente confundidos desde a suspensão do tráfico, sem contato com as massas, sem prestígio, sem apoio interior, os partidos políticos aventuram-se ao imperialismo continental. Claudicavam em casa e mostravam-se arrogantes, exigentes, intimoratos com os vizinhos...

Certo, o exemplo vinha de longe. Demais, a intervenção de 1851-52 redundara em sucesso grande e rápido.

Mas nada exigia a intervenção guerreira no Uruguai de 1864.

Certamente, queixavam-se os brasileiros lá residentes de represálias sofridas, mas nada legitimava