À margem da História do Brasil

anual de 30 mil escravos que deixaram de entrar no país, com a deslocação abrupta, subsequente, dos capitais até então empregados nesse comércio. Era a jogatina dos negócios, a febre pletórica de companhias que avassalou o Rio. Descobriu-a Castro Carreira. Confirmou-a Mauá, quando explicou o sucesso de sua carreira ousada: percebendo soltos os capitais depois de 1850, fez-se banqueiro: canalizou-os, dirigiu-os, reproduziu-os.

Isso era a realidade. Certo, não a vislumbraram os políticos do tempo. Olhos fixos na Europa, imitavam com pompa fofa o parlamentarismo inglês, e nenhum deles via o incêndio que ia sobre a riqueza do país, a única riqueza nacional do tempo: a agricultura.

E o comércio era estrangeiro.

Daí, a gravidade da situação, porque não só o comércio, como as casas bancárias, estavam em mãos de portugueses, como dessa nacionalidade já haviam sido os maiores importadores de negros até 1853. O que espanta é a vitória da reação moralizadora de Euzebio de Queiroz, tão perigosa que só mesmo (como disse Nabuco) a influência inglesa poderia ter realizado. Era a luta aberta ao capitalismo português da época. Venciam os politicos brasileiros, mas, depois deles, haveriam de sofrer