os organismos sociais apresentados como corpos, vivendo apenas de ideias e sentimentos, sem que nesses relatos interviesse o exame das necessidades potentes por aqueles mesmos criadas.
A exceção não haveria de aparecer extemporânea no Brasil. Destarte, foi perfeitamente lógica a simplicidade dos historiógrafos nacionais, honrando, aliás, a descendência, direta ou indireta, dos aborígenes, no descaso e na desatenção pelos fatores econômicos, aceleradores vigorosos ou retardadores perigosos da evolução dos organismos sociais.
O caso é que, apesar da reação em contrário, já esboçada no país recentemente, o trabalho por fazer desafia ainda a atividade de alguns obreiros corajosos. E a empresa será oportunamente propícia, por isso que não são de nenhum modo escassos os exemplos das falhas lamentáveis, em capítulos vários de nossa história pátria.
Lembro a clareza das teses econômicas, o brilho próprio desse gênero de argumentos desoxidando os documentos históricos, avivando-os, desbastando-lhes o anonimato entre causas julgadas secundárias. Exemplifico.
Victor Vianna estudou, originalmente, a influência decisiva dos economistas na transformação do Brasil (1808 a 1830); insistiu na descendência espiritual de Cairu, Rodrigues de Brito, Januario da Cunha Barbosa, Gonçalves Ledo dos