economistas europeus da época; justificou, racionalmente, o regime colonial português do Brasil depois de haver definido as ideias do tempo, ideias tornadas retrógradas depois que o mercantilismo trouxe ao continente americano um enxerto novo de energia e, consequentemente, um programa de cometimentos e realizações de todo novas. Gilberto Amado, por seu turno, descobriu que, por detrás dos partidos políticos do Império, forças econômicas ocultas exigiam a satisfação de suas necessidades, cabendo-lhe então mostrar. com originalidade, como o trabalho do braço negro escravizado dirigia, no anonimato humilde de sua força econômica, a luta pomposa entre os chefes dos partidos do tempo, degladiando-se no tablado político do Império, movimentado então pela mão oculta da Inglaterra, intervindo e exigindo a supressão do tráfico.
Não há como esconder. A história exige, para ser honesta e verdadeira, o fundamento de condições estruturais econômicas. A vida dos povos é uma vida de necessidades orgânicas, anônimas e inconscientes muitas vezes, mas que, por isso mesmo, exigem dos historiadores robustos o esforço de uma exumação clarividente. O paralelo de Ingenieros, confrontando o inconsciente psicológico individual ao inconsciente sociológico das coletividades, é perfeitamente lógico. O problema último do historiador é em verdade dar, na tessitura