À margem da História do Brasil

que velhos templos abandonados, alguns arruinados, das povoações daqueles sertões, indicam, provavelmente, uma penetração missionária muito mais larga do que aquela, medrosamente compendiada pela história.

Marcos mudos, aqueles templos vetustos assombram pela audácia, com que a energia humilde dos missionários cruzou — cruzou ou precedeu — com a ousadia arrogante dos bandeirantes paulistas ou das próprias penetrações baianas, abertos que haviam ficado ao longo do Paraguaçu, do Rio das Contas e do Jequitinhonha os caminhos das primeiros entradas enganosas, acanhadas e infrutíferas, do século XVI. E desafiam a curiosidade dos pesquisadores dos arquivos não consumidos ainda pelas traças, pelos desatinos miseráveis dos politiqueiros desalmados ou pela crendice parva dos sertanejos retrógrados...Remirei-os, silencioso. Triste, porque soubera que, nos distúrbios cangaceiros de 1920, até os papéis antigos dos cartórios serviram de bucha para picapáos antiquados, processo de utilização no interior (do interior) do Brasil, nas regiões onde escasseia o papel com que em tempo de guerra se substitui a bucha dos foguetes na adoração inadiável do "divino"... E aqueles sertões têm sido continuamente agitados... Nem foi, certamente, por mera coincidência que o viram convulsionado, durante suas próprias viagens, Martius, Burton,