À margem da História do Brasil

firme de Caxias e orientada pela visão política de Itaboraí, Paraná, Nabuco e o primeiro Rio Branco, certamente, dizia, foi inestimável a ação do trono na tessitura de nossa unidade política, reagindo aos regionalismos cósmicos veementes, e contrabalançando, com firmeza, o federalismo em seus arroubos insulados, mas violentos.

Porém, quanto mais reflexiono, mais acredito que de pouco teria valido aquela força de centralização coesiva, se não tivesse o trono representado a sua função histórica, movimentando-se num tablado geográfico dentro do qual fora feita a união dos centros básicos, de norte e sul, mal unidos e mutuamente mal amparados ao longo da costa imensa sem ligações estáveis.

Nem invoco a unidade da língua, nem o valor decisivo da unidade religiosa, como forças preeminentes daquela unificação, por isso que o exemplo do fracionamento das nacionalidades espanholas do Pacífico é um atestado insofismável da relatividade de seus valores em face dos imperativos geográficos diferenciadores categóricos da unidade politica dos povos. E o próprio gênio de Bolivar, impotente apesar da cooperação opulenta de seus generais intimoratos, é, por si, a confirmação do pouco que nos teria valido a cultura de José Bonifácio aliada ao ímpeto de Pedro I se acaso o grande Vale do Rio São Francisco não tivesse, como fator histórico e geográfico,