À margem da História do Brasil

passado, sem se aperceberem do valor da obra portentosa, naquele esquecimento estulto e criminoso em que nos deixaram as arrancadas paulistas dos séculos XVI e XVII, especialmente, que nos trouxeram a conquista de toda a região sulina durante aquelas décadas bravas de caça ao gentio missionado, por tal modo enérgicos e vivazes que, com o desastre formidável de Mbororé, logo em 1641, já estava proximamente fixada toda a configuração futura do Brasil ao sul, crescido até as lindes das missões do Tape e do Uruguai.

Espanta, de fato, não há negar, que a figura do português Antonio Raposo Tavares, o maior bandeirante "paulista" — o vulto interessantíssimo do século XVII pela audácia brutal e selvagem com que varou os sertões do sul, do norte e nordeste — só houvesse sido historicamente fixada em 1905 pela operosidade de Washington Luís.

É lamentável, em verdade, que tenhamos de confessar que a história completa das bandeiras paulistas só agora tenha vindo a lume, graças aos trabalhos notáveis de Affonso Escragnole Taunay, figura mestra atual, sem nenhum favor, entre os que seguem a rota inicial fixada por Azevedo Marques, Antonio de T. Piza, Eduardo Prado, Derby, Theodoro Sampaio, estudos estes que prepararam em grande parte os compendiamentos de Rocha Pombo, (História do Brasil); de Calogeras (1905), (As Minas do Brasil); de Diogo