À margem da História do Brasil

O assombro da unidade



Certamente, "o maior assombro de nossa história é a unidade nacional", como disse Tristão de Athayde, ou, como afirmaram Oliveira Vianna, Ronald de Carvalho e Pontes de Miranda, em outros termos, recentemente; e nem eu vejo maior afirmação de força dos melhores escritores de minha geração do que nesse respeito com que olham o passado, circunspectos quanto à gravidade do presente, mas corajosos nas promessas de realização para o futuro, como provaram juntos, mas sem conchavos, reunidos em torno de um livro, grande e honesto, que não lembra nenhum outro dentro de nossa história, porque ele é, de fato, o livro de uma geração, representando por isso mesmo uma opinião coletiva sem os prejuízos próprios das forças que pensam e atuam sem coesão (À margem da história da República, Inquérito por escritores da geração nascida com a República, 1924).

Mas aquele assombro de que falaram os nossos, logo aumenta no confronto de paralelo com a história das demais colônias americanas. Sentiu-o bem Oliveira Lima, no grande quadro em que ambientou o evoluir de todas as nacionalidades americanas, aquele grande espírito que, sem nenhum ônus, só tem dignificado o nosso