À margem da História do Brasil

mais longe, aos fundões do Ceará por ocasião das romarias.



"Descobrir" o Brasil é conhecermo-nos...



Quando penso na costa sem ligações estáveis mesmo hoje — entre Bahia e Rio de Janeiro — quando rememoro o caráter precário da navegação à vela de outrora, durante os primeiros séculos de nossa história, quando compreendo o valor do caminho andante que o São Francisco representa no intercâmbio entre os bandeirantes do sul e os do nordeste, eu avanço sem nenhum temor de erro, que sem aquele rio, sem aquela estrada natural interior, teria sido impossível manter a unidade de nossa pátria, unidade contra a qual se insurgiram sempre gravames causticantes, em face dos quais teria sido impossível o desejo dos políticos e estadistas se não tivesse existido aquele laço cósmico de ligação fundamental, vinculando, desde a Colônia, o Sul ao Norte do país.

A ignorância do passado do São Francisco explica falhas fundamentais e lamentáveis de nossa própria história pátria. A ignorância do presente daquele vale exprime e exemplifica, ao mesmo tempo, esse perigo, largo, em que temos incorrido tantas vezes, vivendo no litoral, mas pensando,