À margem da História do Brasil

apesar do desejo mal velado de muitos de quererem ser europeus bem transplantados... brasileiros, pela civilização latina com que foi alimentado histórica e espiritualmente o nosso determinismo cósmico tropical nesta pátria imensa em que se chocaram, sem repulsão pela primeira vez no mundo, homens de todas as cores, representantes das raças as mais diversas.

Creio que atingimos um divisor de águas de nossa história, diverso daquele de que nos falou Nabuco em sua obra mestra. Ecoam pelos chapadões ensolarados, pelos vales opulentos e pelas vertentes rudes — verdejantes umas e agrestes outras — aqueles tumultos robustos em que se resumiram as lutas heroicas do homem contra a terra conquistada.

Vingamos, bem ou mal, a subida perigosa de quatro séculos de palmilhar inseguro e inconsciente. Agora, descansados, por um momento, nessa alegria inopinada de horizontes largos e descampados do viajor que vem de alcançar o planalto alto e vasto, esquecemo-nos dos trabalhos aspérrimos e tenebrosos que nos aguardam de soslaio. Festejamos então, como crianças, com foguetes caros, sem atendermos que, no Brasil, comemorar o passado deve significar implicitamente projetar para o futuro.

"Estamos, de fato, condenados à civilização". "Ou progredimos ou desaparecemos",