Índios do Brasil

quanto mais vergastado por toda sorte de infortúnios - menos a inclemência das secas, que injustiças que revoltam, e o impatriotismo deplorável dos que têm o dever de conduzir a pátria pela estrada larga do progresso e da paz, fui sempre um revoltado contra toda sorte de injustiças, quer se trate de pequenos e humildes, quer firam a dignidade e a honra de pessoas de responsabilidade definida, máxime em se tratando de homens conhecidos como distintos e leais servidores da mesma pátria.

"É este sentimento de revolta quem dita estas linhas: filhas da gratidão, de uma pobre gente que represento, possam elas, embora tardiamente, servir de lenitivo e conforto aos bondosos patrícios dedicados ao 'Serviço de Proteção aos Índios'"...

Admito que haja defeitos e faltas a se corrigirem no "Serviço de Proteção aos Índios" como creio que no sistema atual de catequese haja muita coisa a desejar-se.

Porque, infelizmente, muito longe vai já o tempo dos Anchieta e Manoel da Nóbrega.

Corrijam-se pois os defeitos e, de mãos dadas - proteção e catequese - cumpram a missão belíssima que se impuseram, de amparar e salvar o índio, material e espiritualmente.

Que importa ser positivista parte da gente da "Proteção" quando lhe é vedado catequizar e quando a obra da catequese é inteiramente livre? Tanto melhor ainda! Porque então, divididos os trabalhos, definido melhor o campo de ação, enquanto uns se encarregam de proteger e amparar o índio, encaminhá-lo pela vida, cercando-o de conforto até incorporá-lo à sociedade, outros - os catequistas - lhes ministram os ensinamentos do Evangelho, inoculando-lhes no coração os princípios salutares da fé que salva e que redime.

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