No Posto dos Carijó sempre me deixaram livre esse campo de ação, e tinham eles os índios a máxima liberdade de pensar e se lhes respeitavam as crenças, quer quando se entregavam à prática do "Queixaticá-lha" nas florestas, debaixo de suas árvores sagradas, quer quando se agrupavam em festas em torno de sua capelinha dedicada à "Inayá-sa-lha" - A "Virgem Mãe".
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Ao Governo da União cumpre o dever de proteger os índios, amparando-os na sua infância social, no primeiro degrau da evolução em que se encontram. Garantir-lhes a vida, sua liberdade, a propriedade de suas terras e o patrimônio moral da tribo, a organização da família, é dever imperioso do governo brasileiro.
Educando-os sob o método de respeito à sua liberdade espiritual, o ensino oficial conserva e amplia o acérrimo amor que guardam à terra de seus antepassados, fazendo-lhes compreender que o pedaço de terra que eles amam deveras é parte integrante da grande terra denominada Pátria, a que eles e todos nós, seus irmãos mais velhos, em civilização, pertencemos, podendo apelidar de Pátria pequena aquele trato de terra em que a tribo tem ação imediata e abrange concretamente pelo espírito e pelo coração - com mais segurança.
Incutindo-lhes bem vivamente esse sentimento de pátria, que é essencial, para que possam melhor apreender o interesse que o governo tem de ampará-los por uma proteção eficiente com viso de ministrar-lhes ampliação da civilização em que vivem, os agentes do governo devem ensinar-lhes, sem violência, os processos modernos de trabalho com o intuito de sua incorporação à sociedade brasileira, para melhor servir a sua família e a sua grande pátria.