Os primeiros pensamentos sobre a terra e a gente do Brasil, ao ser descoberto em 22 de abril de 1500, foram de uma nobreza e elevação moral que honram a raça lusitana e salvam a civilização cristã das maldições pósteras que os fatos justificaram pelo desvio que o altruísmo sofreu atropelado pela desregrada ambição da massa inculta com que o reino descobridor tentou a colonização das terras reveladas pela armada que da barra de Betem, em Portugal, partiu para Calecut em nove de março de 1500, sob o mando supremo do capitão-mor Pedro Alvares Cabral.
O português do século das descobertas era, apesar de fragueiro e abstêmio, de aspereza independente, místico, de têmpera rija e coração duro. As suas prescrições penais não respeitavam os sentimentos de piedade. O sofrimento alheio não lhe comovia nem lhe causavam aversão as cenas do penar.
Cruezas que hoje envilecem um caráter, naquele tempo eram sem significação.
Entretanto, "se a dor física ou moral chegava a aplacar a rijeza da índole, ou se a paixão a inflamava, neste caso, o coração irrompia em clamores, prantos e contorções".
"A dureza da têmpera correspondia um aspecto agreste. A força muscular era tida em grande conta" - C. A.
Se efetivamente tratada com justiça fosse a gente encontrada na suposta ilha, que tornou o nome de "Ilha da Cruz" ou "Vera Cruz", a semente nela atirada pela civilização que a Idade Média codificou, teria de certo produzido o fruto previsto pelo escrivão nomeado para a futura feitoria de Calecut.
Infelizmente, como diz Capistrano de Abreu, no início do século XVI, Portugal, como as outras nações, via-se