chuvas torrenciais do Amazonas, temos aí a seca periódica que afugenta a vida animal de grandes tratos. Para o estudo do homem primitivo, é a região menos interessante do Brasil.
Temos porém indícios do que deve ter sido a sua vida. O tronco Tapuia espalhava-se por toda essa região e muitos povos de línguas daí derivadas parecem ter sido caçadores, levando vida inteiramente nômade, plantando pouco ou nada e sem morada definitiva. Certo escritor quinhentista afirma que não sabiam nadar e que para atravessar os rios ladeavam-nos durante léguas à procura de vau.(9) Nota do Autor
Os Botucudos, encontradiços ainda ao Sul da Bahia e ao norte do Espírito Santo, viveram sempre em pequenas hordas vagabundas, alimentando-se exclusivamente da caça e de frutos silvestres. Erudito sacerdote, do início do século passado, diz que as tribos do árido sertão ao norte do São Francisco, desconheciam qualquer forma de agricultura e nem a caça sabiam preparar com apuro.(10) Nota do Autor
Também John Mawe sentiu náuseas ao ver uma índia devorar um papagaio mal assado espetado num pau, com as penas sapecadas e as entranhas penduradas. A poligamia — instituição que se encontra onde o alimento é abundante — era aí desconhecida.
Parece ser ponto mais ou menos pacífico que as regiões elevadas serviram de refúgio a uma civilização bem diferente da que se desenvolveu no Amazonas. Esta foi essencialmente agrícola; a do planalto viveu da caça. O índio do Amazonas nunca se afastava muito