Apresentação de Alceu Amoroso Lima
Da Academia Brasileira de Letras
Não me cansarei de insistir na necessidade de iniciarmos séria e firmemente a sistematização de nossa história eclesiástica, a história da Igreja no Brasil. Material temos já abundante; pessoas capazes de realizarem o grandioso empreendimento não nos faltam felizmente e é, graças a Deus, verdade que a história civil do Brasil é, peça por peça, entretecida de sua história eclesiástica.
Em alguns setores já está feito o definitivo. Por exemplo, a Companhia de Jesus, com o rigor e continuidade de seus cronistas e, recentemente, com a obra do Padre Madureira e, agora, do Padre Serafim Leite, preparou sua contribuição de maneira a dar resposta à famosa sentença de Capistrano de Abreu, de que era impossível escrever a história do Brasil antes de escrever a história da Companhia de Jesus no Brasil.
Não se dá o mesmo, porém, em outros aspectos. Mesmo no tocante à participação das demais ordens religiosas na nossa colonização, se muita coisa anda por aí esparsa a exigir e estimular esse trabalho de síntese, muito é ainda preciso fazer para não se cometer a injusta omissão dos que não pouparam sacrifícios e canseiras em benefício da cristianização de nossa Pátria. Nomeadamente convém aqui lembrar a colaboração dos franciscanos, operários de primeira hora, neste apostolado tão conforme ao espírito de São Francisco, sempre tão sequioso da expansão do reino de Cristo.