Seria desnecessário dizer que começa um belo movimento de recomposição histórica desse trabalho. Frei Basílio Röwer e Frei Fidélis de Primerio estão dando conta dessa meritória tarefa ao lado de outros franciscanistas. Mesmo porque começa a haver um movimento franciscanista no Brasil, na singeleza e humildade das coisas animadas por São Francisco. Discreto mas profundo, silencioso mas eficaz, não quer aparecer, quer operar, ou melhor, quer que Cristo opere. Entretanto, por amor à verdade histórica e para que a candeia não se esconda sob a medida, a história eclesiástica do Brasil está exigindo mais trabalhadores neste setor e neste estágio preparatório. Hoje se pode dizer que a história do Brasil não pode ser escrita antes que se faça a história religiosa do Brasil. Antes, porém, que venha o Fortunato de Almeida brasileiro, vamos nos contentando com as contribuições parciais, algumas de alto valor como esta a que me é dada a honra de apresentar ao público brasileiro.
Não tenho dúvida em afirmar que este livro que Frei Jacinto de Palazzolo, superior dos Padres Capuchinhos do Rio de Janeiro, oferece ao público nacional, é uma obra genuinamente marcada com esse signo franciscano e com esse timbre de valiosíssima contribuição à nossa grande obra definitiva. Duvido, sim, que o ilustre filho de São Francisco tenha tido esta intenção. A meu ver quis ele apenas pôr em relevo, na imensa admiração e fraternal amizade pela memória de uma alma magnânima que pertenceu à sua Ordem, a ação, a caridade, o zelo missionário, a sabedoria divina e humana do fundador de Itambacuri. E, na verdade, conseguiu, com mão de mestre, traçar a biografia de um homem, por todos os títulos, notável, apesar da invencível humildade franciscana, e emoldurou esta biografia na história de uma cidade que emerge, para a civilização, do fundo da mata virgem.