Nas selvas dos vales do Mucuri e do Rio Doce

edificante vida se impuseram ao respeito e à admiração dos invasores e dos portugueses.

O Conde de Nassau, Governador do Brasil holandês, apesar de herege, recebeu bem, em Recife, aos capuchinhos, e lhes concedeu plena liberdade de ação. Imenso foi o bem que espargiram ali os Capuchinhos bretões.

Em 1645, cessada a luta entre portugueses e holandeses, os capuchinhos seguiram o exército português, servindo nele espiritual e corporalmente aos sãos e aos doentes com tanto zelo que, informado El Rei Dom João IV, escreveu este ao Mestre de Campo Geral da sobredita Capitania lisonjeira carta a respeito dos Capuchinhos. (2)

Daí os capuchinhos se espalharam pelo Brasil, e se dedicaram, de preferência, à catequese dos silvícolas.

Estabeleceram-se no Rio de Janeiro no ano de 1659, "com geral aceitação e agrado do Prelado e Ministros régios". (3)

Cuidaram sempre com especial zelo e carinho da ingente obra da catequese, da qual ficaram, entre outros, como monumento imperecível da sua heroicidade, a cidade de São Fidélis, no Estado do Rio, e a de Itambacuri, no norte de Minas Gerais.

Na capital do país tiveram como primeira morada o hospício (pequeno convento) erigido por eles, no topo do morro da Conceição.

Em 1742 passaram a residir no Hospício de Nossa Senhora da Oliveira, construído a mando d'El Rei Dom João V, na rua que tomou o nome de "Barbonos", onde permaneceram durante 66 anos cheios de trabalhos e de sacrifícios, no seu afã meritório.

Depois de dois séculos de exaustivos trabalhos, catequizando os silvícolas e pregando missões nas mais remotas

(2) Nota do Autor

(3) Tombo, p. 1.

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