Nas selvas dos vales do Mucuri e do Rio Doce

Efetuaram tudo quanto estava em seu poder, e, assim procedendo, fizeram muito.

A esse respeito um deles, chefe de visão ampla, que ocupou durante largo período o cargo de Comissário Geral, escreveu expressivo documento, "MEMORIAL DIRIGIDO A S. M., O IMPERADOR", no qual assegura que os missionários todos trabalham com grande ânimo, boa vontade e fruto no ministério apostólico, tanto nas missões entre civilizados como na catequese dos índios, e aponta as causas que se opõem à prosperidade da missão, assim escrevendo:

Mas Senhor: há causas que muito se opõem à prosperidade da Missão e eu vou apresentar as principais, com toda a confiança de que hei de acertar.

1°) A dispersão dos missionários fora de toda a proporção com o número deles. São uns 60 e estão assim dispersos: Pará, três - Maranhão, três - Piauí, um - Pernambuco, Alagoas e Ceará, sete - Sergipe, três - Bahia, 11 - Espírito Santo, cinco - São Paulo, cinco - Minas Gerais, seis - Mato Grosso, dois - Rio de Janeiro, quatro - Corte, cinco - Total - 59. Seguem-se disto inconvenientes muito graves: 1°) Uma quase impossibilidade de arrematar qualquer empresa, pois, querendo abraçar tudo com tão poucos, faltam as forças para tudo. É uma queixa de quase todas as províncias, que pedem mais missionários e é por isso que estão dispersos em todas elas. - 2°) Uma dificuldade suma em prover às necessidades mais urgentes da Missão e dos missionários, pois estão tão longe uns dos outros, distâncias de 200, 300 e 400 e mais léguas, sem meios, sem lugar intermédio para, com acerto e necessária prontidão, socorrerem-se.

2°) Falta de competente liberdade nos superiores para regularem a distribuição e destinação dos missionários

Nas selvas dos vales do Mucuri e do Rio Doce - Página 61 - Thumb Visualização
Formato
Texto