Nas selvas dos vales do Mucuri e do Rio Doce

das quais estavam nomeados missionários Apostólicos para as missões do Brasil.

Antes de deixarem a Cidade Eterna, os futuros missionários, conscientes das responsabilidades que acabavam de assumir, em um ato de fé e piedade, prostraram-se em profunda oração diante do túmulo de São Pedro e São Paulo, pedindo a Deus, pela intercessão dos gloriosos príncipes dos apóstolos, as graças necessárias para o êxito da Missão que lhe era confiada. Recebem, em seguida, a bênção apostólica do Santo Padre. Pio IX os acolhe com paternal afeto, conversando com eles durante alguns minutos, e despede-os com estas palavras, que Frei Angelo guardou escritas no seu caderninho de lembranças: "Ide, filhos caríssimos, evangelizai os indígenas e trazei-os ao aprisco do Senhor. A bênção de Deus e a Nossa Apostólica vos anime, vos fortaleça e vos ampare!".

Frei Angelo, no mesmo caderninho, com muita graça e singeleza, assim comentaria a bênção apostólica: "Com essas palavras tão cheias de amor paternal, despedimo-nos do Vigário de Jesus Cristo, e, se tivéssemos asas, teríamos voado para o nosso campo de trabalho, pois nada mais nos prendia à terra pátria, nada mais nos detinha... Embora um se chamasse Serafim e eu Angelo, não nos era possível voar..."

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III - No dia 19 de fevereiro os dois missionários partem para Civitavecchia, onde embarcam em pequeno navio costeiro, que os levará até Gênova. Nesse porto encontram o vapor "Poitou", de Companhia Francesa, e, a dez de março, seguem rumo ao Brasil. O "Poitou" fazia a sua primeira viagem à América do Sul, aliás a primeira e a última, porque não chegou a regressar, por ter naufragado nas águas

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