Nas selvas dos vales do Mucuri e do Rio Doce

No seu sucinto manuscrito, Frei Angelo registra com manifesta gratidão a satisfação e carinho com que o Diretor Geral os recebeu e a bondade com que os distinguiu, dando-lhes fidalga hospitalidade em sua própria casa.

"As instruções que nos foram dadas, escreve Frei Angelo, em resumo, consistiam em nos estabelecermos nas matas do Mucuri, no lugar mais apropriado para reunião de múltiplas tribos selvagens. Devia ser quanto possível um ponto central, que deparasse belo horizonte visual, e onde se pudesse formar uma aldeia, uma freguesia e até uma cidade. Aconselhou-nos que procurássemos terras férteis, que produzissem com abundância toda sorte de cereais; que tivessem grandes mananciais de água potável e estes tivessem boas quedas ou cachoeiras capazes de fazer funcionar quaisquer maquinismos".

Além destas sábias recomendações de viva voz, o Diretor Geral de Ouro Preto, ao ser informado pelo Governo Provincial que os dois capuchinhos tinham sido nomeados para a catequese das matas do Mucuri, em data de cinco de agosto do predito ano, escreveu o ofício seguinte, dirigido a Frei Serafim:

"Tendo sido Vossa Reverendíssima pelo Governo Imperial nomeado diretor do aldeamento central do Vale do Mucuri, e como Vice-Diretor, Frei Angelo, como me foi comunicado pelo Governo Provincial; e sendo conveniente que em todos os aldeamentos indianos desta província se observem as disposições do Decreto N° 426 de 24 de julho de 1845, bem como as instruções que, por ordem do mesmo Governo Provincial, dei a Frei Virgílio de Amblar, Diretor do Aldeamento Central da Imaculada Conceição do Rio Doce, inclusas

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