O próprio Teófilo Otoni, a quem os bugres dedicaram depois afeição, teve interrompidos os trabalhos de abertura de picadas nas cabeceiras do rio Urucu, em 1853, por um ataque dos selvagens que lhe feriram dois homens e uma besta. Depois deste fato, Teófilo Otoni entrou decididamente em contato com os índios e até foi estipulado um tratado de paz... Todavia, os ataques, as mortes e as vinganças dos índios contra os civilizados continuaram. A colônia militar de Urucu - relata G. Ferreira - sofreu sério ataque durante a administração do Tenente Mamoré. Uma das primeiras vítimas dos botocudos Pojixá, localizados, com seu aliado João Ima, ao longo da estrada de Santa Clara a Filadélfia, foi o engenheiro Roberto Schlobach, encarregado dos consertos da referida via". A 33 quilômetros distante de Santa Clara, no lugar denominado Jucupemba, massacraram uma família portuguesa. O chefe dessa família era negociante. Os bugres saquearam a casa comercial, espalhando toda sorte de objetos pela mata, e roubaram o dinheiro encontrado. Uma das filhas do desgraçado comerciante, com os intestinos à mostra, rasgado que lhe fora o ventre pelos selvagens, viajou, assim, uma légua em busca de socorro. Causava imenso dó o seu estado horrendo a todos que a viam. Horas depois falecia, presa de cruciantes sofrimentos. A fazenda do Senhor Antônio Dias Araújo, na Planície, a poucos quilômetros de Filadélfia, foi atacada diversas vezes.

"Para cada um desses ataques, havia sempre uma forte reação. Reuniam-se os vizinhos da vítima, seguiam ao encalço dos botocudos, fazendo em suas fileiras verdadeiras hecatombes."(10) Nota do Autor

Não há dúvida, como confessa em seu manuscrito o próprio Frei Angelo, a selvageria dos índios, excitada ainda