Nas selvas dos vales do Mucuri e do Rio Doce

com as suas respectivas brechas entre o maciço de cipó e, por trás delas, um grupo de índios, seus ocupantes.

"Correspondente a cada uma das seteiras ou brechas circulares, fincavam uma estaca em forquilha, sobre a qual o índio da frente apoiava a sua flecha, o seu imediato apoiava a flecha no ombro do da frente e o terceiro no segundo, de forma que, daquele ponto, partiriam pela mesma seteira três flechas ao mesmo tempo para ferir o mesmo animal.

"Ao passar a vítima pela primeira tocaia nenhum mal lhe acontecia, pois que, por mais destro que fossem, não lhe sobraria tempo para entesar o arco e arremessar as flechas; porém, esta do vigilante, logo que avistava, dava aviso aos seus companheiros das outras trincheiras, que esperavam a sua passagem pela seteira e, então, não podia escapar. Se escapasse da segunda, teria que ser ferido pela terceira; o único meio de passar incólume seria baixado, sendo necessário que o viajante conhecesse a organização das tocaias.

"O sinal convencionado entre eles era o pio da jacutinga, que imitavam perfeitamente."(11) Nota do Autor

Verificada a inutilidade dos postos militares, e meios violentos, o Governo resolveu fundar nas imensas matas do Mucuri a catequese religiosa dos índios, reunindo-os em aldeamentos, como único meio de acabar com esse lastimável estado de coisas e assegurar a tranquilidade aos habitantes da região.(12) Nota do Autor

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