Evolução do povo brasileiro

dos liames localistas e provincialistas, próprios dos clãs políticos que gravitam historicamente em torno dos governos locais, e vão construindo, através de suas federações, uniões, confederações, um verdadeiro tecido conjuntivo, dentro de cuja trama todas as forças vivas do país começam a se arregimentar sob uma inspiração puramente nacional. Só os cegos não verão que o desenvolvimento deste tecido conjuntivo, a sua rápida e crescente anastomose, implicará a morte, por asfixia lenta, do nosso velho espírito regionalista, com o seu territorialismo mal compreendido.

Está claro que, assentando-se sobre esta vasta subestrutura sindical, o regime, corporativo, com a sua superestrutura centralizada e federal, contribuirá, sem dúvida, para abreviar ainda mais esta asfixia, estabelecendo a preponderância definitiva do nacional sobre o local. Quem é que não vê que, partindo do centro — da União —, como não pode deixar de partir, e estendendo-se a todo o território nacional, como também não pode deixar de estender-se, a disciplina unitária de todas as nossas forças econômicas, que este regime pressupõe, irá desintegrando, progressivamente, todos os velhos "complexos", ainda subsistentes, do nosso espírito provincial e, consequentemente, consolidando a unidade moral da Nação?

Há 15 anos, quando escrevemos este livro, ao sintetizar as tendências da nossa evolução política, dizíamos, concluindo, que tudo estava indicando que o poder

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