Grande atenção foi prestada ainda às questões de nomenclatura, tão irritantes para os que a elas não acham afeitos, mas indispensáveis à elucidação dos pontos de sistemática.
Há, nos comentários, frequentes referências aos Beiträge zur Naturgeschichte von Brasilien, obra notável em que o Príncipe de Wied, anos depois da publicação do seu relato de sua viagem, tratou, sob critério estritamente técnico, das formas animais que lhe fora dado observar (I)Nota do Prefaciador. Sob o título de Abbildungen zur Naturgeschichte Brasilien's (Weimar, 1823-1831) publicara ele também uma esplêndida série de estampas coloridas de animais, em regra extraordinariamente fiéis e magnificamente executadas.
Os exemplares zoológicos levados do Brasil pelo Príncipe Maximiliano de Wied na sua maioria ainda existem, cuidadosamente guardados pelo American Museum of Natural History de Nova York, que em 1870 os adquirira, juntamente com toda a coleção que àquele pertencera. Conquanto zoólogo, ou antes naturalista, na acepção mais nata do termo, o Príncipe de Wied foi mais que tudo apaixonado ornitologista. O valor de sua obra nesta especialidade evidencia-se ao primeiro exame, e tem sido atestado pelas autoridades mais competentes, tais como J. A. Allen, a quem se deve pormenorizado estudo crítico sobre os exemplares "tipos" espécies criadas pelo grande viajante (1)Nota do Prefaciador.
Apesar de ter sido, como conceitua o autor há pouco referido, "excelente ornitologista para o seu tempo, reunindo ampla experiência de campo e bom conhecimento técnico do assunto", o Príncipe Maximiliano não fora muito afortunado com as formas que descreveu como novas. Contribuíram para isso várias circunstâncias, entre elas a rara liberalidade com que comunicara a amigos e colegas os frutos de suas descobertas, dando margem a que se lhe antecipassem nas primeiras descrições. Assim acontecera com relação a muitos mamíferos, descritos por Kuhl(2)Nota do Prefaciador, e não menor número de aves figuradas por Temminck