Raça e assimilação

anos, eram realmente germânicos de raça ou eram tribos que de germânico só tinham o nome. O ponto justificado da dúvida é que a população ibérica nada tem de germânico atualmente — o que para ele é prova de que aqueles invasores não deviam ser de tipo germânico.

— "É evidente — diz ele, referindo-se à Espanha que de duas uma: ou devemos encontrar, nos descendentes, a fisionomia geral do tipo germânico a que pertencem os godos, ou então estes invasores não eram godos senão de nome! Ora, a Espanha não nos mostra populações que tenham conservado o tipo germânico. Logo, não se pode falar de uma influência antropológica devido aos visigodos".

E, quanto a Portugal, onde os suevos se fixaram longamente:

— "Os suevos são também gente de raça germânica. Mas, então que pensar de uma imigração de povos germânicos, com os caracteres perfeitamente definidos deste grupo, ocupando durante mais de 200 anos um país — e não deixando neste nenhum traço do seu tipo físico?"

Ora, Pittard não é sincero na sua argumentação. Ele finge ignorar que o plasma racial de um povo pode variar, senão na qualidade, também na quantidade dos seus elementos formadores. Ele bem sabe que a composição étnica de uma população pode não ser hoje a mesma que era há quatrocentos ou há mil anos passados. Ele simula desconhecer o trabalho sutil e poderoso

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